CAPÍTULO VII: AQUI HÁ MISTÉRIO. ARREPIOS NA NOITE DE TEMPESTADE.
O Lopesz, a Miki, o Satoshi e a Sayaka foram visitar o monte Kujihama. No regresso, foram apanhados por uma tempestade e encontram-se agora perdidos no meio do bosque.
A situação é desesperante.
Satoshi (sacudindo a lama da roupa): Beeeeeh… estou todo borrado…
Lopesz (sacudindo a roupa e olhando para a Sayaka) : Sayaka e agora que vamos fazer?
Miki(tentando subir o fosso de onde tinham vindo): É impossível subirmos por aqui…
Sayaka (em pânico) [falando rápido]: Onde estamos nós ??? Onde, onde, onde ??? Vou ficar malucaaa !!!
Surge uma gota (como nos animes) na cabeça dos irmãos a olharem para ela em plena histeria.
Miki: Bem… Onde poderemos agora encontrar ajuda a esta hora da noite???
Sayaka (continuando em pânico a falar rápido) : Onde me vim meter ??? Onde, onde, onde ???
Como que em resposta, surge ao longe uma luz. Alguém acendeu a luz de um quarto. Que sorte!
Lopesz (com os cabelos a pingarem): Vamos procurar ajuda ali.
Satoshi: Sim. Para mais se continuarmos aqui à chuva corremos o risco de nos constiparmos…
Miki: Então vamos que assim poderemos ligar para casa da tia da Sayaka.
Sayaka (continuando o costume): Tia, tia tia !!! Onde, onde, onde ???
O Satoshi olha para ela de lado e pensa: “Estas japonesas são malucas”
Começam a correr e vislumbram o que parece ser um edifício.
Um relâmpago ilumina bem a casa, para que a vejam, mas como estão mais preocupados com a chuva, nem percebem o aviso que vem do alto. A casa é velha, muito velha e está praticamente em ruínas. A luz que se vê na janela é trémula. Trata-se talvez de uma lamparina de azeite, não é luz eléctrica de certeza. O grupo nem repara que não há fios telefónicos até à casa, o que poderia talvez fazê-los mudar de ideias.
Sobem os degraus, que rangem até à porta principal e param para recuperar o fôlego.
Estão todos completamente encharcados e os pés em particular ficaram ensopados. Mas debaixo do alpendre estão abrigados da tempestade e sacodem a roupa o melhor que podem antes de se voltarem para a porta.
A chuva ainda cai com força e no ar paira um silêncio arrepiante. Não há luzes no piso de baixo.
Lopesz: Estranho… Vamos ver aquela janela que nos atraiu para aqui…
O Lopesz afasta-se do alpendre e olha para a janela de onde tinham visto a luz.
Lopesz: Nada. Não há luzes. Tudo parece estar deserto.
Ouvem ao longe, o piar de um mocho e sentem um arrepio percorrerem-lhes a espinha. A situação é um tanto assustadora.
Satoshi: E aqui estamos nós em terra-de-ninguém, à porta de uma casa velha, estranha e arruinada…
Miki: Deve morar aqui alguém ou não teríamos visto aquela luz há um bocado…
Sayaka (olhando para o relógio): Bem, são 8 da noite mas os habitantes desta casa poderão já ter ido se deitar… a minha avó também janta às 7 e vai para a cama logo de seguida…
Satoshi (olhando para ela, ri-se): Sayaka, já voltaste ao normal?
Sayaka (corada): Eh eh eh…
Lopesz: Hmm…Decerto não vão gostar muito da ideia de quatro jovens virem cá acordá-los…
Miki (confiante, aproxima-se da porta): Vamos lá bater à porta ! Fogo, tanta cerimónia… Precisamos de um telefone para pedir ajuda ! Não vamos ficar aqui a olhar uns para os outros !
Do lado esquerdo da casa, surge uma claridade que chama-lhes a atenção. Acenderam uma luz!
Todos soltam um suspiro de alívio: afinal está gente a pé.
Miki: Vamos bater!
Miki pega na aldraba que está no meio da porta e bate. Todos ficam silenciosos e expectantes.
A luz que tinham visto apaga-se e momentos mais tarde, a porta abre-se um bocadinho rangendo, como a porta tivesse sido aberta por uma corrente de ar. Ninguém.
A Sayaka e o Lopesz abraçam-se receosos.
Miki (abrindo a porta muito devagarinho): Boa noite. Não queremos incomodar. Fomos apanhados nesta tempestade e estamos perdidos. Será que poderíamos utilizar o seu telefone para entrarmos em contacto com os nossos amigos?
(Silêncio)
Satoshi (tremendo de frio e medo): É melhor irmos embora…
O Lopesz e o Sayaka continuam abraçados de medo a olhar receosos para a porta sem dizer nada.
A Miki acaba de abrir a porta para trás. Está tudo escuro, não se vê vivalma.
Miki: Vamos entrar.
Lopesz (agarrando a Miki pelo braço): Estás a gozar? Isso parece uma casa abandonada…
Miki: Alguém tem de viver aqui ou não teríamos visto aquelas luzes há pouco…
Sayaka (dando dois passos atrás): É uma casa fantasma! Vamos embora!
Miki (olhando para o grupo): Meninos onde está o vosso espírito aventureiro? Estou muito desapontada convosco…
Todos olham-se uns para os outros, encolhem os ombros e lá concordam em entrar na casa.
Miki (sorri): Então vamos lá entrar. Alguém tem uma pilha?
Satoshi: Eu!!!
O grupo entra dentro da casa com a Miki na frente, iluminado o caminho com a pilha.
Está escuro como breu. O interior da casa parece ter sido apanhada por um tufão.
Uma grande mesa ao centro foi partida ao meio como se um relâmpago a tivesse atingido.
Vêem-se copos partidos ao redor da mesa, cadeiras deitadas no chão pelo compartimento como se uma enorme ventania tivesse invadido a casa, um enorme quadro pendurado na parede do lado oposto de onde entraram, representando um velho ancião com as vestes tradicionais japonesas, umas escadas largas que conduzem ao segundo piso e…
PUM !!!
A porta bate com estrondo.
Nisto, o quadro grande começa como que a ganhar vida e mexe os olhos.
Satoshi (aterrorizado): O-O-O-O… O-O quadro-dro me-me-xeu-se ?!
Sayaka corre para a porta com as mãos no ar e tenta abri-la em vão, pois a porta está trancada.
Todos olham para o quadro petrificados enquanto o quadro mexe os olhos e depois os lábios e proclama com voz de trovão:
- Viajantes incautos!!!
Nisto, o Satoshi salta para o colo da Miki e a Sayaka salta para o colo do Lopesz.
A Sayaka dá um grito.
Sayaka: Eu sabia que era uma casa fantasma !!! Não quero morrer !!! Por favoooooor !!!
Quadro (com a sua voz de trovão dá um berro): SILÊNCIO !!!
Todos ficam silenciosos. Apenas se ouve a Sayaka a bater os dentes de medo.
Quadro: Vós fostes os escolhidos para livrarem esta casa do mal que a rodeia !!!
Miki (com o Satoshi ao colo): N-N-Nós ???
Lopesz (com a Sayaka ao colo): O que nos vai acontecer ???
*****
PRÓXIMO CAPÍTULO:
Lopesz: Aqui estamos nós…
Miki: Numa casa-fantasma…
Satoshi: A falar com quadros falantes…
Sayaka(grita): Aaaaaaah !!!
Voz: Ahahahahahah !!!
CAPÍTULO VIII : Fomos escolhidos?! O medalhão do mal.