Ojamajo Doremi Portugal
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 Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem.

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MensagemAssunto: Re: Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem.   Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem. - Página 6 Icon_minitimeSeg Fev 20, 2012 11:51 am

Cure Magic escreveu:
Shiny escreveu:
YEEEEY!
Finalmente um novo capitulo ^^
Gostei muito, especialmente da conversa com a Momoko sobre o Masaru.
Tens muito jeito para escrever sabes? Continua porque agora quero mesmo saber como vai correr a conversa com a Doremi. : 3

Não percebi porque fizeste reply da shini e não disseste nada...
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MensagemAssunto: Re: Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem.   Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem. - Página 6 Icon_minitimeSeg Fev 20, 2012 12:45 pm

Porque quero a mesma coisa que ela saltitar
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MensagemAssunto: Re: Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem.   Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem. - Página 6 Icon_minitimeSex Fev 24, 2012 12:09 pm

Cure Magic tu não podes fazer quotes e não dizer nada. Isso é considerado uma espécie de Flood(pelo menos eu acho). Edita o teu post sff

Btw Misa como te entendo... Mas vais ver que as coisas vão melhorar. Eu prometo que quando acabar de ler comento. É que são 38 caps, é muito para ler ^^'
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MensagemAssunto: Re: Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem.   Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem. - Página 6 Icon_minitimeSeg maio 07, 2012 2:05 am

Oi... Ainda há aqui alguém??? OK...

Eu sei que não tenho grande desculpa tendo em conta que faz quase 3 meses de demora. E embora seja mesmo muito cliché e eu odiar quando dizem isso, foi mesmo um writer's-block... Eu imaginei esta história durante tanto tempo que parecia que nada daquilo que eu desenvolvia na escrita estava à altura do que na minha cabeça a historia devia ser. Até mesmo este capitulo não está bem como que imagino, mas há apenas um n de maneiras de descrever isto... Enfim! Eu sou doida e não faço ideia do que estou a fazer! (obviamente... O_,o)

Em relação ao capitulo... Eu acho que vou parar de torturar-vos durante um tempinho e vou... Relevar coisas! Eu sei... doentio! :S Digam o que é que acham. E se gostam deste tipo de descobertas por Flashback...(porque o proximo capitulo vai ser muito provavelmente feito assim ou... não?..?).

Obrigada pelos reviews pessoal!

Boa leitura!

40º Capitulo - Compreensão parte 2




POV Emilie Fujiwara

- Não, não precisamos. – disse ela deixando os dedos acariciarem as teclas do piano como se da mais suave pele se tratasse.

Engoli em seco lembrando-me do modo muito próprio que a Doremi sempre teve de atacar. Nós comparávamo-la com um animal selvagem, predador. Ela começava sempre calma, dado um sensação de segurança, antes de atacar com todo o que tinha. Eu sabia que ia ser difícil.

Aproximei-me do palco, com passos calculados, sentido a bainha do vestido de algodão que usava a bater na parte detrás dos joelhos. Estava nervosa.

- Precisamos. – disse com um tom de finalidade que a fez olhar para mim com uma sobrancelha erguida mas ainda, com o mesmo ar desinteressado que tinha anteriormente. – Eu… Nós estamos preocupadas.

Quando ela deixou escapar uma gargalhada curta pensei que talvez estivéssemos a ir na direcção correcta…

- A Sophie parece especialmente orgulhosa dos seus olhares assassinos.

… Até ela completar o riso com aquela frase. Interiormente rosnei, sabendo que ela tinha falava com verdade. Mesmo sem aqui estar a Sophie conseguia arruinar a conversa.

Respirei fundo, tentando absorver um pouco de coragem.

- A Sophie não importa. – disse com um tom que indicava que assim o era. – Mas tu… Tu importas.

- Sim, eu sei. – disse ela com um tom curto e frio, com os olhos fixados no reflexo escuro da madeira do piano. – A mulher mais procurada do reino.

- Não! – exclamei subindo os degraus que me separavam dela, interrompendo-a antes que ela continuasse. – Não, Doremi. Tu és importante para nós! Como amiga! – respirei fundo tentando em vão controlar o coração que começou a bater acelerado no momento que que tinha exclamado. – Tu… Tu és a mãe da Hanna. És a protectora da Momoko. És a irmã da Bibi. És a única pessoa que consegue retirar a Nicole dos seus momentos diva. – disse revirando os olhos a essa particularidade. – És… a minha melhor amiga.

No momento que disse isso, compreendi que era verdade. Ela ainda o era.

- Mesmo passados 5 anos. Tu és a minha melhor amiga. Que sabe exactamente como eu me sinto; Que me protege e que cuida de mim. E… - respirei fundo, tentando engolir a culpa que as próximas palavras me traziam. – E eu falhei. Falhei contigo. Tu… Tu nunca paraste de ser a minha melhor amiga, mas eu…sim. E eu sinto-me tão mal por isso Dó… Eu devia estar cá. Sempre. E não estive.

A ruiva acenou levemente deixando a cabeça cair sobre o ombro com um ar cansado.

- Já conseguiste dormir? – perguntei ao ver o gesto.

Ela abriu os olhos virando-os na minha direcção com fogo no olhar.

- Vou dizer isto uma única vez Emilie. – disse ela com um tom calmo e assertivo que não deixava margem para duvidas. – Eu posso ter perdoado tudo, mas isso não te dá o direito de fazeres esse tipo de perguntas.

Acenei rapidamente tentando em vão fazer-me mais pequena do que já me sentia. Com passos leves, sentei-me do outro lado do banco onde a Doremi estava sentada. Fixei o olhar nas teclas que ela afagava, tentando formar as palavras que precisava de dizer.

- Aquela escola. Não era realmente uma escola. Pois não? – perguntou uma voz atrás de nós.

Virei-me sobressaltada com a voz nova no ambiente anteriormente silencioso da sala principal. Com um suspiro resignado a Doremi virou-se devagar, encarando as quatros raparigas ainda de pijamas.

- Era uma escola. – disse ela no mesmo tom cortante. – Apenas não uma no sentido em que a vês.

A Momoko com a T-shirt gigante de basebol que usava para dormir e o cabelo num coque descuidado, cruzou os braços tentando parecer autoritária e zangada. Ao seu lado a Bibi com o seu pijama de mangas curtas delicado, parecia estudar uma equação complicada, enquanto nós olhava preocupada. A Nicole com a sua camisa de seda esfregava o sono dos olhos parecendo presa entre a preocupação e o sono. E, por fim a Hanna, sentada no topo de uma das mesas de café, nos seus calções e top de algodão leve, penteava o cabelo numa trança, mexendo as pernas inquieta.

- E qual seria o sentido que darias? – perguntou a Nicole sentando-se numa das cadeiras com aquele ar majestoso que ela fazia sem esforço.

A Doremi levantou-se encostando-se às janelas largas do palco, parecendo estudar o jardim, com os braços cruzados.

- Doremi… - pedi.

Ela suspirou murmurando qualquer coisa em francês que não conseguimos compreender, antes de responder.

- Um campo de batalha. – disse encolhendo os ombros com um ar descuidado mas ainda no mesmo tom. – Exercito.

Fechei os olhos temendo a verdade naquela afirmação.

- Dó… - começou a Bibi com um ar pesaroso. – Conta-nos. Por favor.

- Porquê? – Perguntou a Doremi com um tom que todas nós reconhecíamos dos primeiros tempos. Era aquele tom que sugeria que já passas-te das marcas e estás prestes a aprender porque é que foi uma muito má ideia. – Confiem em mim. Vocês não querem saber!

- Porque nós queremos saber! – vociferou a Bibi num sussurro agitado.

A Nicole pôs uma mão em cima do ombro da pequena ruiva, que se preparava para se atirar contra a irmã como se a sua própria força da vontade a fizesse responder.

- Doremi. – disse tentando em vão procurar as palavras certas. – Nós queremos saber. Nós precisamos de saber… De compreender.

A ruiva que a cada palavra que eu proferia cerrava mais os punhos, afastou-se da janela num rodopio furioso, descendo as escadas em direcção às portas da entrada.

- Nem penses! – gritou a Momoko, fazendo descer uma cortina de relâmpagos entre a rapariga furiosa e a porta. Imediatamente a seguir, a Nicole e a Hanna acenaram as suas mãos, fazendo um escudo de gelo e heras aparecerem entre a cortina de relâmpagos e a porta. Acenei brevemente concordando com a acção, antes de acenar a minha própria mão e reforçar o escudo com um véu de vento furioso, estendendo o gesto para incluir as janelas que a ruiva estava a observar com uma fúria mal contida (com fumo a sair em espirar dos punhos cerrados em clara indicação).

- Mamã. – chamou a Hanna tentando apaziguar a pessoa que neste momento estava a caminhar como um animal enjaulado. – Nós só queremos saber! Por favor! Tu sempre dizes-te que a verdade é o caminho para a compreensão! – clamou ela imitando a voz da Doremi, na ultima frase.

Com um grito animalesco, a Doremi deixou escapar duas bolas de fogo que marcaram a parede com uma terrível marca negra. Nós todas saltamos com o impacto do fogo contra as paredes. Saltamos também com o tamanho que as bolas tinham atingindo; muito maiores que as bolas de basquete com que costumávamos jogar. Um claro sinal que estávamos a leva-la a uma fúria, e irritação que ela não estava a conseguir controlar. Um claro sinal que tínhamos de continuar.

- Doremi… - comecei sendo interrompida em seguida pela Doremi que começou a gritar irritada, com os braços a acenarem inquietas e a andar de um lado para o outro com passadas longas e sonoras.

- VOCES NÃO QUEREM SABER! VOCES NÃO QUEREM SABER ACERCA DAS TORTURAS DIARIAS PARA "GANHAR CONDICIONAMENTO"! VOCES NÃO QUEREM SABER DA FOME! NEM DA MORTE! OU DA DOR! E NÃO ME FAÇAM COMEÇAR NAS PROIBIÇÕES! ACREDITEM EM MIM! VOCES NÃO QUEREM SABER! – gritou ela, guinchando a ultima frase, como se tentando faze-la encaixar nas nossas cabeças.

A Momoko suspirou em alívio por, a fúria a que chamávamos Doremi Harukase ter finalmente acalmado com os últimos gritos e, estava agora a pegar no braço da Doremi arrastando-a para a cadeira mais próxima. A Nicole por outro lado estava a olhar nervosamente entre mim e a ruiva tentando de algum modo transmitir-me que aquilo não era o que ela estava à espera de ouvir. A Hanna e a Bibi tinham-se sentando rapidamente na mesma mesa onde a Momoko tinha conduzido a Doremi, tentando engolir as lágrimas que queriam largar, a favor de não chatear a Doremi. E eu… eu apertava o peito como se pudesse arrancar o meu coração. Como se pudesse fazer parar a dor. Porque, por muito mau que estava à espera que fosse, não estava à espera daquilo. E, porque ainda precisava de ouvir mais. Porque a minha melhor amiga precisava de alguém que ouvisse e, por muito que me doesse, eu ia faze-lo.

Aproximei-me, deixando o coração encher-se com esperança perante aquilo que via. A Doremi estava sentada com a cabeça entre as mãos, debruçada sobre o tempo de vidro da mesa de ferro forjado, tremendo levemente com cada inspiração profunda. Era a primeira vez que a via partida e triste desde de que chegara. O facto de ela sentir que já o podia fazer ao pé de nós, enchia-me o coração com a esperança de ainda poder haver algo com que poderíamos ajudar.

A Momoko estava ajoelhada com uma mão nos joelhos da ruiva, apertando-a levemente, enquanto a outra mão fazia círculos lentos nas costas da ruiva. Confortando-a com aquela delicadeza e gentileza que ela tinha largado quando a Doremi tinha indo embora. A Nicole por outro lado estava por detrás da ruiva com ambas as mãos a apertarem os ombros da amiga, com aquela expressão majestosa de Rainha do Gelo pronta a ir castigar os idiotas que tinham-se atrevido a magoar as amigas, que ela mascarava desde da partida da ruiva. Com essa expressão estava misturada a preocupação e mágoa, que há muito não via na sua face, escondida sobre anos de representação e teatro. A Bibi mordia o lábio com uma mão no braço da irmã. Havia emoções a passear-se pela face, como há muito não havia. Quando a Doremi foi levada, a Bibi tinha interiorizado o cliché da rapariga génio, sendo extremamente cínica e sarcástica. Era bom ver por fim, emoções no seu rosto. E a Hanna… Tinha lágrimas a correrem-lhe pela face abaixo, com o maior sorriso que conseguia formar. Sorrindo porque a sua mamã estava de volta, por fim.

Sentei-me na cadeira do outro lado da mesa estendendo a mão sobre a mesa, deixando a ponta dos dedos acariciarem a pele do braço da Doremi deixando-a saber que estava ali. Há espera. Deixando-a saber que nós íamos ouvir.

O vento do lado de fora das janelas acalmou, levando na mais leve das brisas, as pequenas pétalas que já nasciam no jardim (obra da Hanna). Tentando fazer o Inverno afastar-se. E nós as seis estávamos em volta da mesa, apreciando o silêncio e a compaixão que enchia a sala. Tirando conforto da presença umas das outras. Amparando-nos umas às outras, tão próximas neste momento como irmãs.

Quando por fim a Doremi baixou os braços, agarrando a minha mão, deixando a cabeça cair contra a mão da Nicole, tirando conforto da nossa presença. Nós sorrimos levemente, reconhecendo o sinal de paz do gesto. E deixamos-mos estar assim. A apreciar a paz. Deixando-a recarregar o conforto que pudesse, antes de se enterrar em memórias que pareciam figurar nos meus piores pesadelos.

A respiração leve de cada uma de nós enchia a sala, embalando-me para uma memória distante. A memória que marcava o início desta fase. Que marcava o nosso regresso à magia… Que marcava a mudança da Doremi e a primeira vez que nos tínhamos encontrado nesta situação…

FLASHBACK

A Hanna estava a visitar durante aquele fim-de-semana. Era meia-noite e estávamos a vir do cinema. Ela estava agarrada ao braço da Doremi que sorria entusiasmada, por ter a sua menina de volta, enquanto ajudava a Bibi, que estava cheia de sono e a tropeçar a cada dois passos, a andar. Com 7 anos, ela não devia estar realmente fora de cama a estas horas, mas era noite de meninas e tínhamos todas combinando que era uma boa maneira de acabar o fim-de-semana da Hanna.

À frente do trio, a Nicole e a Sophie caminhavam confiantemente, a Nicole tomando a rua como se de uma passerelle se tratasse e a Sophie a imitar a amiga com gestos exagerados e caretas divertidas. Uma boa mudança do seu habitual ar. A fechar o grupo, vínhamos eu e a Momoko, andando devagar por causa do frio. A loira esfregava as mãos tentando geral algum tipo de calor e eu, puxava o gorro mais para baixo, tentando cobrir as orelhas. Por alguma razão as minhas orelhas eram muito sensíveis ao frio.

De repente as luzes das lâmpadas, que iluminavam o caminho, apagaram todas. A Hanna e a Bibi deixaram escapar um gritinho assustadas, agarrando-se à Doremi.

- O que foi isto? – perguntou a Momoko, olhando em volta.

- Deve ter sido um apagão geral. – respondeu a Nicole da frente do grupo.

- Eu estou a ver luz dali. – disse a Sophie apontando para a silhueta das casas à frente. – Não deve ser isso.

- Vamos continuar? – perguntei eu encolhendo-me dentro do casaco. Frio e escuro não combinavam bem.

- Vamos. – confirmou a Doremi, começando a arrastar a Hanna e a Bibi, que continuavam agarradas a ela como loucas.

Começamos todas a andar mais depressa, aproximando-nos umas das outras. Quando viramos a esquina, as luzes da rua que acabamos de entrar apagaram-se todas ao mesmo tempo. Parámos espantadas.

- Isto é normal? – perguntou a Momoko hesitante.

- Não. – disse a Doremi observando a rua.

Um ruido de alguém a mover-se, infiltrou a rua silenciosa. Nós pulamos assustadas.

- Olá! – exclamou a Sophie tentando ver alguém na escuridão. – Isto não tem piada!

Um rugido animalesco, soou atrás de nós e rapidamente viramos-mos, deparando-nos com uma criatura assustadora.

A pele era negra, parecendo cabedal. As mãos arqueavam como garras e a face era demoníaca, com uma boca purpura rasgada e dentes afiados rosnando levemente. Estava arqueado sobre si mesmo, parecendo metade homem, metade animal e, extremamente selvagem.

O som de mais três rugidos sobressaltou-nos, deixando-nos saber que estávamos rodeadas e não tínhamos saída. Rapidamente a Doremi empurrou a Bibi e a Hanna para trás dela, e nós formamos um círculo em volta delas.

As quatro criaturas arquearam as costas, antes de se atirarem contra nós. A Momoko empurrou-me para o centro.

- Protege-as! – gritou, antes de gritar em dor ao ser arrastada pelo braço por uma das criaturas.

A Sophie grunhia, debatendo-se contra a criatura que estava sobre ela, gritando cada vez que os dentes afiados se enterravam sobre a pele.

A Nicole gritava desesperada enquanto sangue escorria rapidamente para o chão.

A Momoko era arrastada pela criatura, deixando escapar gritos cheios de dor, tentando resistir.

A Doremi estava no chão com sangue a formar-se em por detrás da cabeça, antes de com um grito, dar um pontapé no estomago da criatura que pairava sobre ela. Num movimento rápido ela levantou-se desviando-se da criatura que tinha-se entretanto levantado e corria agora contra ela. Virando-se para nós ela gritou.

- Foge! Já!

Assim que o último grito soou a criatura saltou para cima dela mordendo o ombro da ruiva, gemendo quase em prazer sobre o grito da ruiva.

Eu peguei nos braços da Bibi e da Hanna que gritavam horrorizadas e comecei a correr desesperada. Tentando em vão fugir do horror. Se conseguisse escapar podia arranjar ajuda. Chamar a polícia, uma ambulância. Alguém!

Com um sobressalto parei antes de chocar com um homem elegantemente vestido.

- Por favor! – gritei. – As minhas amigas! Ajuda!

O homem sorriu pondo um dedo sobre os meus lábios silenciando-me.

- Chiu… Vai tudo acabar rapidamente. – e com um movimento rápido demais para nós vermos, retirou a camisa deixando antever uma cicatriz no lugar do coração, antes da pele começar a borbulhar transformando-se naquele cabedal negro que agora reconhecia.

Agarrei as meninas começando a andar para trás devagar. Demasiado assustada para me conseguir mover, enquanto o homem transformava-se numa versão mais humanizada daquelas criaturas. Com um esgar o homem-criatura abriu a boca:

- Não te preocupes menina. – disse ele com uma voz rouca assustadora. No fundo da minha mente ouvia os gritos das minhas amigas. – Tudo vai acabar depressa. – com o que parecia um sorriso trocistas ele disse. – Foge.

Horrorizada comecei a recuar, correndo, sabendo que estava encurralada. Com um rugido senti o homem-criatura cair sobre mim, partindo-me uma perna, antes de morder a Bibi no braço que encolheu-se com dor e, atacar a Hanna que gritava desesperada.

Mais rugidos soaram na rua e outras duas criaturas caíram sobre nós, arrastando a Bibi e a Hanna pelos braços para perto das outras quatro. O homem-criatura debruçou-se sobre mim, ronronando em prazer com o grito que soltei quando ele pressionou a perna partida, partindo o meu ombro com um movimento quase descuidado, antes de começar a arrastar-me para o grupo espetando as garras contra a minha pele, cortando musculo e apertando com um gargalhar assustador.

Sangue manchava a rua. Os meus ouvidos doíam com os gritos desesperados e de dor que as minhas amigas deixavam escapar. O homem-criatura largou-me, deixando-me cair dolorosamente contra o chão, antes de ordenar algo às outras criaturas numa língua aterradora. Abri os olhos, semicerrando-os com dor. Era uma cena tirada de um horror.

A Sophie estava desmaiada com sangue a escorrer das inúmeras lacerações, juntando-se à poça que se formava em volta dela. As pernas estavam caídas em ângulos impossíveis e um dente afiado estava cravado no ombro ensanguentado.

Um flash loiro chamou-me a atenção. A Momoko estava encostada ao muro da esquina, com o estomago ensanguentado e a face inconsciente, coberta de sangue do corte da testa. Ambos os braços estavam partidos e o osso de uma das pernas rasgava pele e musculo.

A Nicole estava deitada de barriga para baixo com as costas cheias de feridas violentas e as pernas laceradas com marcas de dentes. Uma mão estava estendida em frente a ela numa posição estranha, marcando a rua com uma impressão sangrenta.

O pequeno corpo da Bibi estava coberto de sangue. Tremendo violentamente com o choque da perda de sangue. A Hanna ao lado dela chorava com a boca aberta num grito silencioso de dor, enquanto sangue das múltiplas lacerações nos braços, lhe manchava a roupa e um golpe profundo no estomago escorria sangue como uma fonte.

À minha frente a Doremi, era talvez a pior. Uma das barrigas da perna estava totalmente roída, com as pontas retalhadas de pele a balançarem contra o músculo. As costas retalhadas, estavam cobertas de sangue, dificultando a visualização de feridas mas o brilho branco de pelo menos dois dentes, conseguia ser visto por entre o mar vermelho. Três dos ossos das costelas rasgavam a pele e roupa, contrastando com a escuridão da rua, raspando contra o asfalto com cada inspiração rasgada. Um dos braços estava partido, caído num angulo impossível, coberto de marcas de dentes e a face estava vermelha dos múltiplos golpes, com o lábio arrebentado e um corte profundo sobre um dos olhos. Mas, ela estava a tentar levantar-se com que forças lhe restavam.

O homem-criatura observou-a divertido, antes de se ajoelhar perta dela. Do meu angulo conseguia ver o perfil da Doremi e do homem-criatura que tinha um sorriso torto, observando com prazer nos seus olhos negros o sangue que rodeava a ruiva.

- Porque lutas pequena rufus? – perguntou divertido. Algures no fundo da minha mente reconheci a palavra latina para ruiva.

A Doremi respirou fundo, antes de cuspir uma quantidade de sangue para o chão.

- Porque ainda há algo para lutar. – respondeu ela com uma voz pequena e irregular. – Porque tu não és merecedor da minha desistência.

O homem-criatura observou-a com um olhar interessado, aproximando-se dela. Com um esgar deliciado, ele aproximou-se de uma das feridas que sangrava consideravelmente cheirando quase delicadamente o sangue carmim. Abrindo os olhos espantado ele pegou no queixo da ruiva, agarrando-o e arrastando a Doremi mais perto dele, que tomou grande interesse nos olhos dela, tomando em atenção todos os pormenores.

- "Vita Key"! – exclamou espantado antes de sorrir demoniacamente. – Temos estado à tua procura há muito tempo "Vita"… Que coincidência encontrar-te aqui. A esconderes-te num corpo infantil… Estou quase desiludido…

Observei horrorizada, paralisada na minha dor e medo, o homem-criatura rir divertido, antes de estalar os dedos. Num véu de energia, uma menina da nossa idade, apareceu ao pé do homem-criatura. Com o cabelo negro pelo fundo das costas e um vestido curto negro e vermelho, a menina sorria deliciada ao ver o sangue que manchava a rua.

- Chamas-te meu rex?

- Princeps a Vita Key. – disse apontando para a Doremi que observava a menina com horror no olhar.

- Delicioso. – disse a menina aproximando-se da Doremi com um andar predador.

De súbito um flash de luz branca preencheu a rua, fazendo as criaturas gritarem. A menina ajoelhou-se no chão a gritar com as mãos contra os ouvidos. Uma nevoa de luz pairou sobre a cena, antes de se dividir em sete focos individuais que se aproximaram de cada uma de nós. Quando a luz de aproximou de mim, aumentou, deixando-me antever uma silhueta feminina, antes de cair sobre mim, fazendo-me sentir paz e felicidade como nunca antes tinha sentido.

Antes de deixar a escuridão da inconsciência levar-me, ouvi a menina gritar em agonia antes de transformar-se em nevoa negra e cair sobre a Doremi que gritou em aterradora agonia quando ambas luzes – negra e branca – caíram sobre ela.


Quando acordámos na enfermaria do palácio real, sentíamos-mos fantásticas com as lacerações curadas. A Doremi por outro lado fechou-se em copas, começando a formar uma personalidade fria e sarcástica que não compreendíamos e, por nossa incompreensão, ainda com algumas lacerações por curar.

A Rainha explicou-nos o que tinha acontecido. Explicou-nos que as criaturas que nos tinham atacado eram, demónios. E explicou-nos que as luzes que nos tinham salvo, eram os nossos anjos de guarda. Mas como já estávamos tão à beira do abismo, eles tinham fundido connosco, fazendo de nós Anjos. A nossa aparência e personalidade mudou, tornando-nos mais suaves e amáveis.

Quando referi o que tinha visto acontecer com a Doremi. Como a luz branca (o anjo) e a menina tinham ambos caído sobre ela, a Rainha pareceu envelhecer anos, explicando-nos como a Doremi era diferente. Como por ter tido tanto um anjo, como uma demónio – pois era isso que a rapariga era – a fundirem-se com ela, para todos os efeitos salvando-a, ela era agora um Anjo-Demónio. Algo que a fazia diferente de nós e que ia contra a Doremi Harukase que nós conhecíamos.

Também a personalidade e aparência dela mudaram mas, para algo mais obscuro e diferente. Em vez de inocência ela explorava sensualidade e sarcasmo. Algo que ela ressentia e algo que nós não compreendíamos.

Treinamos durante algum tempo, aperfeiçoando poderes que ainda não compreendíamos. A única coisa que a corte sabia era que iramos receber poderes elementais. Mas não sabiam como, nem quando. Foi assim que a Momoko descobriu o seu poder sobre a Electricidade uma manhã quando tudo o que tocava lhe dava um choque e o seu cabelo estava espetado em pé com electricidade estática suficiente para carregar uma cidade. Como a Sophie descobriu que controlava água, quando durante uma aula de natação, perdeu as voltas com o dentro-fora-dentro-respira, e começou a respirar dentro de Água. A Hanna por outro lado acordou uma manhã presa na sua cama por inúmeros ramos e hera, descobrindo o seu domínio sobre a Terra. E a Nicole descobriu o seu toque de Gelo, quando tudo o que tocava transformava-se em um gelado (vê-la tentar beber chocolate quente, era especialmente divertido). O Bibi foi talvez o mais irritante e gradual. Primeiro começou por ler os nossos livros de escola e passada uma semana estava-se a queixar que os livros de cálculo da faculdade estavam incorrectos. Nunca o domínio sobre a Inteligência foi tão irritante. Eu descobri o meu domínio sobre Ar, quando tropecei nas escadas e em vez de cair fiquei a flutuar numa cama de vento sobre as escadas. A Doremi no entanto foi talvez a mais assustadora. De acordo com a sua nova personalidade o seu domínio sobre o Fogo foi demonstrando pela primeira vez numa luta de vontades com a MajoRika, quando no apogeu da luta os punhos da ruiva foram subitamente tomados por fogo e este continuou a subir pelos seus braços cada vez que ela gritava um pouco mais.

Foi assim que nos vimos nesta situação exacta na primeira vez. De como há cerca de cinco anos. Sete raparigas estavam sentadas em volta de uma mesa a confortar uma delas. Como tínhamos, há cinco anos atrás, feito a Doremi perder a paciência e finalmente explodir antes de a podermos confortar, quando nas primeiras batalhas com um demónio ela tinha ficando um tanto entusiasmada e perigosa com a luta, batalhando sem misericórdia.

Como nos sentamos à volta de uma mesa e lutamos para compreender a nossa amiga, que tanto precisava de nós. E, como tal e qual agora fazíamos, a deixamos cair em desespero e tristeza para num silêncio prologando, a ajudarmos a curar, confortando-a a cada degrau do caminho e ultrapassado cada obstáculo que aparecesse à nossa frente.

E, embora agora, cinco anos depois, as sete terem passado a seis, continuávamos unidas, à espera que a Doremi sentisse que podia falar. Que podia contar connosco. Que podia confiar.

Com um suspiro, Doremi Harukase apertou a minha mão, levemente antes de erguer a cabeça lentamente, deixando os olhos descansarem brevemente em cada uma de nós, acenado no final para si própria.

Ela confiava. E nós estávamos aqui para ouvir.
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MensagemAssunto: Re: Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem.   Fanfic Ojamajo Doremi - Olhos que não vêem. - Página 6 Icon_minitimeSáb Jun 30, 2012 12:10 am

Oi pessoal.
Demorei um pouquinho, eu sei. Mas foi menos de um mês!
Mais umas quantas revelações e o inicio da explicações sobre "o passado da Doremi". Estou obviamente a alucinar se estou a começar a revelar coisas. Wink
Boa leitura!

41º Capitulo - Compreensão parte 3

A ouvir:
Katie melua - If i was a sailboat


Katie melua - The flood


Katie melua - I cried for you.


(n.a: KAtia MElua FAN! *o*)
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

POV Emilie Fujiwara

A brisa suave da manhã continuava a bater nas janelas como uma carícia.

A Doremi continuava com os olhos fixados na minha mão. A dela já havia caído para o colo. Tanto a Momoko, como a Nicole, se tinham entretanto sentando em volta da mesa de tampo de vidro. Estávamos as cinco simplesmente há espera. Há espera que a Doremi construísse as palavras que precisava.

Embora cinco anos se tenham passado, ela parece continuar a mesma na sua essência. Ela nunca conseguiu falar sobre os assuntos sérios num de repente. Tinha sempre de ponderar tudo o que dizia, como se a mínima palavra pudesse estragar o efeito final. Por vezes explodia, como tinha ainda há minutos acontecido mas, e principalmente depois da transformação em Anjo-Demónio mas, ela tinha muito cuidado com as palavras. E nós sabíamos porquê. Porque as palavras magoam mais que murros.

- Vocês sabem o que uma caminhante dos sonhos é…?

Sobressaltei-me com o som da voz dela, a ecoar na sala silenciosa. Acenei reticente, vendo a Nicole a encolher os ombros e a Momoko a erguer uma sobrancelha sarcástica antes de responder:

- Foi informação dada pela Rainha… O que é que achas?

A picada na honra da Rainha, ganhou um sorriso leve no rosto da ruiva e com um sobressalto, apercebi-me que era isso que a Momoko esperava com aquela frase em particular.

- Uma das minhas antepassadas era uma caminhante dos sonhos. – começou ela com os olhos fixados num grão de cor na madeira clara do chão. – É do meu entendimento que ela me passou o dom…

- Quem? – perguntou a Bibi com um ar curioso, antes continuar a disparar perguntas com aquele ar de "em pesquisa", que ela gostava tanto de fazer quando algo lhe tomava a atenção. – Isso significa que alguém na família tinha de ter magia, certo? E isso não significa que eu também poderia ganhar a habilidade?

- De certo modo todos temos magia… - replicou a Doremi ganhando a nossa atenção – Vocês não acham que é só ganhar um medalhão mágico e Tachánn! És uma bruxa! – disse ela com um rolar de olhos, como se essa noção fosse ridícula. – Todos possuem magia, mas nem todos o sabem.

Nós acenámos curiosas com o ponto por onde a conversação estava a começar. Começava a perceber o que a Momoko queria dizer com "A Rainha é uma idiota que não nos ensinou nada".

- Foi a nossa tetravó. Mas esta capacidade em especial está na nossa linha há algum tempo. Quanto a magia… Eu acho que a nossa trizavó era uma bruxa. – comentou ela na direcção da Bibi, semicerrando os olhos, quando se tentava lembrar do grau familiar certo. – Tu não podes ganhar esta capacidade em especial, mas tu tens outras capacidades familiares.

- Como assim?

- Capacidades familiares?

- Porquê é que ela não pode ter a mesma capacidade que tu?

- Qual capacidade?

A Bibi, a Momoko, a Nicole e a Hanna começaram todas a falar ao mesmo tempo, tentando compreender a informação dada. Eu também estava curiosa, mas o meu modo de lidar com a informação não era tão barulhento como o delas. A Doremi por sua vez tinha cerrado os olhos com uma expressão entre o, cansada e irritada.

- SILÊNCIO! - gritou a Doremi fazendo-as calar. Depois ela respirou fundo três vezes antes de continuar. – Eu não sei qual é a vossa capacidade, mas podemos resolver isso rapidamente. As capacidades são familiares porque são passadas de geração em geração. Às vezes são muito poderosas e a pessoa apercebesse. A nossa tetravó sabia da sua capacidade, porque era muito forte. A minha capacidade é ainda maior devido a ter magia activa em mim. Mas por vezes pode ser um poder tão gentil que nem te apercebes. – diz ela com um ar pensativo, cruzando as pernas com um movimento descuidado. – Talvez seja daí que vem a expressão "sexto sentido"… - ponderou ela cruzando os braços meditando sobre a conclusão a que havia chegado. – Enfim… E a razão pela qual tu não podes ser uma caminhante dos sonhos como eu, é porque não pode haver a mesma capacidade em várias pessoas da mesma geração. Algo sobre o equilíbrio do mundo.

Nós acenámos, compreendendo.

- Se toda a gente tem "capacidades", - comecei eu tentando fazer sentido – e como nós temos magia essa capacidade é maior… - completei insegura agora da próxima parte. – Então porque é que não sabemos a nossa capacidade?

- Ou fomos treinadas? – completou a Nicole, também ela cruzando as pernas.

- É uma boa questão. A resposta pode ser simplesmente elas não consideraram importante o suficiente para ensinar. Há muitas coisas que com o tempo foram esquecidas ou simplesmente declaradas 'não importantes'. – disse ela encolhendo os ombros, antes de deixar os olhos escurecerem levemente – Eu já tinha alguns sonhos, mas só compreendi tudo lá.

Mais uma vez acenámos percebendo onde era o "lá". Tínhamos de voltar ao inicio da conversa. Tínhamos começado isto para entender o que se tinha passado neste últimos 5 anos e cada vez mais nos afastávamos do assunto.

Mas, ela não conseguia falar disto agora. Não assim de repente. Tínhamos de a deixar chegar ao ponto da história no ponto certo. Ela tinha o seu próprio ritmo e nós tínhamos de respeitar.

- A Hanna… - a Bibi começou reticente reconhecendo as sombras nos olhos da irmã. Nunca fiquei tão feliz com a voz da Bibi a soar num silêncio inconfortável. – A cena da Pintora… Essa é a capacidade dela, certo?

- Porquê é que desmaias-te ao ver o quadro dela? É algo a ver com a tua capacidade? – perguntou a Nicole.

A Doremi acenou:

- Sim. Nós tentamos entender e desvendar a verdade que as Pintoras pintam.

- Consegues ensinar-nos a encontrar e utilizar as nossas capacidades? – perguntou a Momoko, expressando a mesma questão que eu tinha na minha mente.

- Posso ajudar a descobrir as vossas capacidades familiares, mas não posso fazer nada para treinar-vos. – disse ela com um tom evasivo. – Mas depois de descobrirem ao certo onde a vossa capacidade está, o conhecimento básico deve vir com ela. – depois com um tom curioso e uma única sobrancelha erguida ela questionou-nos. – E o treino das vossas capacidades de Anjo? Como é que esse vai?

Agora fomos nós que erguemos as nossas sobrancelhas. O que é que ela queria dizer com capacidade de Anjo?

- Como assim? O que é que queres dizer com isso? – perguntou a Nicole rapidamente.

Imediatamente a seguir a esta pergunta, mergulhámos todas para debaixo da mesa, escapando de uma onda de chamas que escapou da Doremi, que entretanto se tinha levantado e estava a gritar numa língua que não reconhecíamos enquanto dos seus punhos cerrados, bola, atrás de bola de fogo eram disparadas na direcção das paredes, chão e portas.

A Nicole fazia o seu melhor para proteger o nosso pequeno esconderijo com uma muralha de gelo, substituindo-a à medida que ia derretendo com cada bola de fogo que o atingia. Do outro lado da nossa barreira a Doremi continuava a andar de uma lado para o outro como um animal enjaulado e a sua roupa começava a criar buracos, onde a pele se apresentava mais quente.

- Emilie! – exclamou a Bibi, agarrando-me o pulso. – Faz qualquer coisa!

- Alguma sugestão? – perguntei aflita.

- O Fogo não sobrevive sem ar… POR ISSO CRIA UM RAIO DE UM VÁCUO! – gritou ela já irritada.

Acenei, concentrando-me no movimento da ruiva e comecei a retirar ar aos poucos, começando no centro da sala e trabalhando para as pontas. No nosso refúgio, tudo continuava normal, e mentalmente agradeci o facto de as nossas protecções nas portas e janelas ainda estarem seguras, o que tornava o trabalho de selar a sala para retirar o ar, muito mais fácil.

No centro a Doremi começava a ajoelhar-se no chão, continuando com fogo nos punhos cerrados e continuando a murmurar naquela língua esquisita. Por fim ela acabou com cair de facto no chão e o fogo extinguiu-se. Deixando-a a respirar pesadamente com a roupa chamuscada, enquanto estendida no chão.

Com cuidado, comecei a libertar o ar que tinha retirado, deixando-a respirar melhor. Após um minuto, no qual a deixamos acalmar completamente, a Nicole deitou abaixo a sua barreira e nós saímos cuidadosamente debaixo da mesa.

- Doremi? – perguntei com cuidado, aproximando-me devagar. Deixando as outras a pôr as cadeiras caídas de volta à mesa.

Ela acenou ainda com a respiração pesada.

- Desculpem. – disse ela com um ar resignado. – É que apenas… Como é que a Rainha espera que vocês derrotem demónios?

- Ela quer que usemos os nossos poderes. – replicou a Momoko com um tom curioso. Acenei concordando com ela. Não estava a perceber o ponto da Doremi.

Ela suspirou aborrecida.

- Obrigada, ainda não tinha chegado a essa conclusão. – disse ela sarcástica, apoiando o corpo num cotovelo, erguendo-se levemente para olhar para nós. – O que eu quero dizer, é como é que ela espera que vocês o consigam fazer, se não vos ensinou a única capacidade que consegue de facto eliminar demónios.

- Explica, por favor. Que capacidade é essa?

- Como Anjos, vocês têm capacidades próprias.

- Tu queres dizer nós, certo? – questionou a Hanna.

- Não, eu quero mesmo dizer vocês. Eu só partilho uma única capacidade com vocês, que é o Omnilingualismo. – ao ar confuso de todas nós, excepto a Bibi, ela completou. – A capacidade de falar e compreender qualquer língua.

- Porquê é que não compreendemos a língua que estavas agora a falar? – perguntou a Bibi, enquanto nos tentávamos ainda lidar com a nova informação.

- É uma língua demoníaca. – replicou a ruiva com um tom cortante. – Mas vocês devem ter a capacidade de Luminescência. É comum a todos os Anjos. É a capacidade de emitir luz. E os demónios não suportam luz… - completou ela.

- Espera! – exclamou a Nicole irritada – Queres dizer que eles mandaram-nos caçar demónios sem sequer nos informarem que eles não podiam ser mortos sem essa capacidade?

- Basicamente. – respondeu a ruiva levantando-se – A luminescência é a forma mais fácil e natural. De resto tens de mata-los como eu faço. Força bruta.

- ARGH! – exclamou a Momoko, deixando dois raios de electricidade escaparem das suas mãos fechadas, na direcção da parede já negra do resultado da fúria da Doremi.

- Exactamente o meu sentimento. – replicou a ruiva sentando-se elegantemente na cadeira livre. Eu rapidamente sentei-me ao lado dela. Observando a Momoko tentar os seus exercícios de respiração enquanto a expressão da Nicole fechou numa fachada fria.

Eu não sabia ao certo como reagir a esta informação. Basicamente acabamos de descobrir que a Rainha nos estava a mandar para as nossas mortes. Se havia uma coisa que nós sabíamos acerca da nossa natureza angélica é que somos extremamente reticentes a matar qualquer coisa. Nós não somos boas no ataque, mas sim na defesa. Mandar-nos para caçar demónios era uma missão suicida e, no entanto nos nunca tínhamos reclamado. Nunca tínhamos tirado cinco minutos para pensar no assunto.

Era assustador pensar no poder e influência que aquela mulher tinha nas nossas vidas.

- Como é que aprendemos a utilizar essa luminescência? – perguntou a Hanna com uma voz pequena.

- Não faço a menor ideia, bebé. Lamento. – disse a Doremi estendendo a mão à rapariga loira. Ela era verdadeiramente a sua mãe.

- Nós iremos descobrir. – disse num tom final. Nós tínhamos de descobrir.

- Tu tens algum dom que vem do lado demoníaco? – perguntou a Bibi reticente.

- Sim… Chama-se Persuasão. Basicamente é o modo como os demónios conseguem atrair vitimas. Persuadem-nos que é o que eles querem fazer.

Acenámos ponderando o assunto. Fazia de facto sentido, na sua simplicidade.

- De qualquer modo, uma caminhante dos sonhos tem a capacidade de passear por entre sonhos de outras pessoas. – disse ela chamando-nos a atenção. Ela estava a voltar à história original. - Também conseguimos passear nos nossos próprios sonhos, observando memórias, sejam passadas ou futuras. – num tom mais murmurando completou a descrição - Também conseguimos visitar vidas passadas.

De algum modo sabia que a última parte era algo delicada.

POV Doremi Harukase

- Eu… eu tinha sonhado com aquele lugar durante semanas. Eu não sabia o que era mas sabia que era mau. – disse enquanto cruzava os braços – Por isso comecei a procurar nos sonhos de outros. Alguém haveria de saber o que era. E, encontrei.

FLASHBACK

- Espera! – gritou a Doremi de negro. – Acho que reconheço aquela estrutura.

- Aquilo é um polvo. – disse a Doremi de branco à sua gémea. – Concentra-te!

Estavam ambas a flutuar no meio do nada, observando pequenas luzes que representavam os sonhos de outros, há procura naquelas pequenas janelas brilhantes, por uma resposta.

- Ali! – gritou a Doremi de branco.

- Vamos! – exclamou a Doremi de negro, agarrando no braço da sua gémea e puxando-a na direcção da luz que mostrava um pátio de terra batida que ambas reconheciam.

No momento em que tocaram na luz, o mundo desvaneceu-se de repente estavam no sonho de outrem. Uma rapariga de cabelo loiro curto, sobressaída pela aura púrpura que mostrava-a como a protagonista daquele sonho.

Aos poucos as outras pessoas começaram a evidenciarem-se e o som aumentou.

- Mais depressa Kai! – gritou uma mulher de traços severos e feições maliciosas.

- Sim Madame. – replicou a rapariga do seu lugar no chão. A sua perna estava completamente retalhada e os punhos estavam cobertos de sangue seco.

- Mais uma vez! – comandou a mulher.

-Sim Madame.

Com uma feição de aceitação a rapariga levantou-se, avançando na direcção do homem enorme que olhava para ela com divertimento no olhar. Com um movimento rápido Kai tentou esmurrar o homem apenas para ter o chão a fugir-lhe dos pés com um pontapé forte do homem.

- Mais uma vez. – comandou a mulher com uma voz irritada.

Kai deixou-se ficar no chão.

- Não me ouviste? Mais uma vez!

- Eu não consigo! – murmurou a rapariga assustada.

- O quê?

- Eu não consigo Madame.

A mulher sorriu maliciosamente, antes de erguer a mão fazendo um gesto de dedos. No segundo a seguir o homem com quem Kai lutava e outro, aproximaram-se da rapariga, levantando-a bruscamente antes de virar as suas costas na direcção da mulher.

A rapariga aparentemente conhecedora do significado desse facto começou a gemer.

A mulher por sua vez sorriu horrivelmente, desenrolando um chicote de ponta tripla.

- Oh, Kai… Mas tu vais…

O mundo desvaneceu rapidamente sobre os gritos da rapariga de cabelo loiro curto, enquanto eu acordei com medo na minha expressão.


- Soube imediatamente que não era algo que queria. – comentei após editar essa memória. Ainda havia certas coisas que eu não queria que elas soubessem. Em especial, o duo fantástico.

- Conheceste essa rapariga? – perguntou-me a Nicole.

- Não. Ela já tinha… perecido quando eu cheguei. – disse, lembrando-me do horror que me tinha ocorrido ao saber desse pormenor. – Assim que cheguei a Madame chamou-me logo. Queria ter a certeza absoluta que eu era o artigo verdadeiro…

FLASHBACK

- Entre.

Os dois homens que me seguravam empurraram-me para dentro da sala, fechando a porta nas minhas costas.

A sala estava decorada em tons escuros, com uma cadeira, estilo trono, por detrás de uma secretaria régia. E sentada na cadeira, a mulher que me aterrorizada os sonhos há semanas.

- Vejam só… - comentou ela segurando numa pasta vermelho-escura, abrindo-a com um gesto descuidado. - Doremi Harukase.

Revirei os olhos internamente, antes de fazer um espectáculo, de olhar em volta e atrás de mim antes de exclamar:

- Vejam só! Pois sou!

A mulher riu-se, com os olhos frios tal como uma muralha de gelo inquebrável.

- Tu tens uma ficha muito interessante, Harukase. – disse ela parando de rir, tão depressa como tinha começado – Um Anjo-Demónio, uma elementar de fogo, uma bruxa poderosa. E la pièce de résistance, - disse ela cruzando as mãos sobre a mesa com um ar terrivelmente satisfeito – a Vita Key.

Senti um arrepio a percorrer-me o corpo, ao ouvi-la pronunciar aquela designação tão odiada com tanto prazer.

- Sim… - disse a mulher com um sorriso enquanto com um aceno de mão descuidado desenrolou o chicote que tinha em volta do pulso, deixando a pele negra da arma esticar-se com um movimento rápido. – Quase que consigo sentir a vontade de lutar a sair dos teus poros, Harukase. Não o consegues evitar… Obviamente vieste para cá demasiado tarde. Não tens nenhum controlo sobre as tuas emoções, ou poder. És um bebé.

A um sinal que não notei, os dois homens que me tinham conduzindo a esta sala, voltaram a entrar na sala, agarrando rapidamente nos meus braços.

- Não te preocupes Harukase. – disse ela levantando-se continuando a dar impulso ao chicote negro – A scholam irá ensinar-te tudo o que precisas de saber.

Pela primeira vez desde há muito tempo, sentia-me a encher de medo.

- O meu título, pelo qual me irás tratar é Madame. – disse ela com um sorriso malicioso, enquanto os homens me viravam de modo a estar de costas para a mulher. – E a tua primeira lição, é muito simples.

Com um arrepio ouvi o chicote cruzar a barreira do som, umas quantas vezes.

- Controlo.

Primeiro veio a dor.

A escuridão que me levou para a segurança da inconsciência demorou.
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